quinta-feira, 25 de agosto de 2011


Houve um tempo em que eu sabia.
E queria.
E lembrava.
Hoje esqueço.
Não quero.
E não tento.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Quanto mais aprendo sobre mim, mais boicoto meus conhecimentos. Quero contradizer todas as afirmações que faço lutando para entender o que se passa em mim. Não devo ser tão complicada, mas ser extremista faz com que os sentimentos sirvam como base pra decidir tudo na minha vida. Indecisões são capazes de preencher meu dia, mudar minha vida, acabar com meu humor. Possibilidades tentam perfurar meu estômago, atravessar meu corpo, tentam me destruir antes mesmo de terem permissão para acontecer.

domingo, 21 de agosto de 2011

É amargo

É amargo, não é mesmo? Você acorda e seu corpo se recolhe em uma dor sem fim. Não adianta quantas vezes você vira para o lado e se aperta contra o travesseiro, contra a cama ou contra si mesma... A dor está lá. 10 minutos antes de levantar para mais um dia pedante você irá se encolher toda em posição fetal. Vai brigar contra as lágrimas, abrir bem os olhos e fitar o ponto mais alto que a tua visão conseguir alcançar, mas não adianta... As lágrimas irão cair. Você vai sentir dor, não adianta. Quando pensar em nomes, em frases, em gestos, em coisas mínimas... Porque certos sentimentos foram feitos para nos trazer dor. Mas sente bem essa brisa que bate carinhosamente contra o teu rosto, sinta o frio que chegou ainda mais cedo esse ano... E você vai perceber que todas as coisas passam e que o vento e o tempo carregam tudo com eles. Essa dor de hoje será a alegria de amanhã. Essas lágrimas serão os sorrisos de dias que virão. Ou talvez quem sabe ela continue pra sempre aqui, pode ser que sim, pode ser que não.. mas isso, só o tempo dirá.

sábado, 20 de agosto de 2011

Ei!

Não tenta entender as voltas que eu dou sozinha. Deixa só um mistério estranho de filme trash. Ninguém quer descobrir o que há por trás da mulher diferente, mas ela ainda é a mulher diferente que deve ser descoberta. Passo horas falando pra ficar muda de repente, passo toda a segurança do mundo pra me derrubar em medos bobos. É que tudo fica mais legal em constante mudança. E eu nem sei mais ser a mesma sempre..

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Minha fragrância

Os meus frangalhos dançam conforme a música do vento que os leva, os conduz, e minha fragrância flutua por aí, perdida entre os ares, nos pulmões alheios, desejando fazer-se perfume.
É que eu me enchi de tanta saudade e nostalgia que explodi, transbordei, e agora sirvo de caco nessa construção de espelhos que só refletem o físico dos homens e ignoram, insanavelmente, o caráter. Fotos, papéis, memórias e sonhos não me deixam em paz, não param de lembrar-me que eu odeio as aparências porque sei que há muito além do que os olhos veem. Por isso lancei meu punho fechado contra todos os espelhos da minha casa, e agora devo ter uns setenta anos de azar pela frente. Mas tudo bem. Esses resquícios que sobraram de mim e não se misturaram a areia da praia devem servir para um novo começo, e com essa mão calejada prometo escrever uma linda história para mim. Cortei nossos laços de dependência e destruí minhas estúpidas ilusões; agora é cada um por si, amor. Mas não se preocupem. Esses sulcos que vivem na minha face se rejuvenescerão num piscar de olhos, e a minha essência se fará fragrância aprisionada em vidros anti-reflexos; de visões retorcidas já estou cansada. Fizemos uma troca: eu dei-lhes meu amor enquanto vocês concedeu-me um punhado ingrato de decepções. E agora, antes que eu me esqueça, devo alertar: um dia, quando vocês estiverem me esquecendo, alguém passará ao seu lado vestindo meu perfume e lhe fará lembrar de mim...

Sou..

Eu vivo me metendo em confusões, vivo me afundando em mim mesma. Em breves momentos me avistei sorrindo verdadeiramente, em breves momentos provei do gosto da vida, e relembrar me dói. Sou uma espécie em extinção, sou os meus oceanos, as minhas asas, sou meu coração. Sofro, choro e vivo. Não sou boa com o amor, não sou boa em demonstrar, mas infelizmente, sou ótima em sentir. Sinto-me tão congelada, fria, dura, feita de pedra. Parece que perdi a graça, que não existe mais piada e que tudo não passa de uma novela em preto e branco. Sentimentos sumiram como se nunca tivessem existido.